Quando foi que surgiu a desigualdade? Esta pergunta nos remete a um tempo muito remoto. Desde quando os humanos começaram a praticar a agricultura e a domesticar os animais. Então, tornaram-se sedentários, pois passaram a fixar à terra e a tornaram de grande valor e sendo como meio principal de sobrevivência. Foi daí que começou a surgir a divisão social entre os que possuíam terras e os que não possuíam. Os proprietários passam a deter a posse das terras, usufruindo de suas riquezas e os que não são proprietários trabalhavam nelas em troca de sua sobrevivência e de sua família. Foi assim na antiguidade até idade média. Já na idade moderna, com o advento da Revolução Industrial, o cenário se modificou. Os antigos donos de terras passaram a ser os donos dos meios de produção e os que trabalhavam nas terras passaram a trabalhar nas fábricas, como empregados. O que era produzido apenas para o sustento familiar, passou a ser produzido em larga escala com a intenção do grande lucro.
Vamos lembrar que até o final do século XIX muitas economias foram fortalecidas com a ajuda dos escravos. Com o fim da escravidão, os donos da produção tiveram que remunerar os seus empregados. Mas, ainda existia a visão autoritária, arbitrária e discriminatória diante dos empregados que, muitas vezes, eram considerados como burros de carga. Assim, os patrões impunham uma carga horária absurda e um salário irrisório, tornando a produção um negócio extraordinário para se obter lucro fácil.
Ao longo dos anos do século XX, os operários passaram a se organizar para reivindicar melhores condições de trabalho. Daí foram criados os sindicatos de classes para defender os interesses dos seus afiliados. E nesse embate entre patrões e empregados surgiram as greves operárias, sempre com a intenção de clamar por justiça.
Ao voltarmos para os tempos atuais, constatamos que a sociedade imersa nos avanços tecnológicos, teorias sociais, globalização da economia, da cultura e informação, não conseguiu mudar o quadro de desigualdade mundial. Dados do Banco Mundial mostram que 20,6% da população mundial era pobre em 2010, cerca de 1,2 bilhão de pessoas. Muitos governos acreditavam que, com o crescimento econômico, haveria a redução da desigualdade. Mas, o determinante da desigualdade social é a má distribuição da renda. E a pobreza vem da carência de recursos que a população tem para ter acesso para uma vida saudável.
Com isso, é papel do governo criar recursos para amenizar essa carência e disponibilizar meios para atender a todos dessa faixa etária, com quantidade e qualidade. Caso contrário, estaremos diante de um desgoverno que impõe sofrimento à população.
Muitos governos criaram programas de assistência social, os quais usam a receita fiscal pública para complementar a renda da população subempregada ou desempregada. Mas, acabam criando outro problema. Os beneficiários dessa assistência passam a ser dependentes dessa ajuda ao Invés de serem encorajados a melhorar de situação.
Qual a solução para eliminar a desigualdade social e tornar prazerosa e abundante a vida de cada ser humano?
Diante de tanta corrupção, desgovernos, medidas contraditórias a respeito de beneficiar a população, porque não pensar na criação do FNT (Fundo Nacional do Trabalhador)? Para esse fundo seriam destinados os recursos advindos das contratações e encargos com os empregados e uma porcentagem do lucro das empresas. E o objetivo do FNT seria a criação da previdência independente, a prestação de serviços de saúde, educação complementar (técnica e superior) e financiamento de bens de consumo. Assim, o governo ficaria com a responsabilidade de incentivar a criação de mais vagas de trabalho para a população desempregada, recuperar os moradores de rua, como também os dependentes químicos e os infratores.
Precisamos é dar dignidade ao ser humano e não dar-lhe esmolas. Precisamos construir uma sociedade solidária, justa e propiciar igualdade a todos. Termino esse artigo, citando uma passagem da Bíblia:
“Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustendo, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína.” (1 Timóteo 6;7-9).
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