sábado, 5 de setembro de 2015

O BOOM DO BRASIL

Crônica publicada no Jornal Tribuna de Sete Lagoas em 05 de setembro de 2015:

Não! Você não está lendo um erro ortográfico! Não quero dizer aqui que falarei sobre o bom do Brasil, mas sobre o “boom” do Brasil. A palavra boom (bum), de origem inglesa, significa crescimento acelerado nos negócios ou na aceitação de um produto; período de expansão da economia; uma súbita elevação nos preços.
Após anos de inflação e hiperinflação, o Brasil renasceu em 1994 com o “Plano Real”. Foram necessários muitos sacrifícios, ajustes, reajustes e mudanças profundas nas estruturas econômicas, políticas e sociais do país, para tornar o país viável. E, assim, o Brasil conseguiu ressurgir de uma crise financeira sem precedentes. Em 1992, a inflação anual medida pelo IPC (índice de preços ao consumidor) era os inacreditáveis 1.119,101%. Em 2002 a variação da inflação atingiu 12,53% anual e em 2003 ficou em 9,3%.  Em 2006 chegou ao seu menor índice: 3,14% em dozes meses. E a previsão para esse ano é de 8,2%.
 Para o Brasil, que hoje é considerado como um dos países emergentes na economia mundial, estamos enfrentando uma pseudo-crise estimulada por fatores internacionais e, principalmente, por desordens internas. E a principal propaganda a favor dessa crise no Brasil são os escândalos na Petrobrás e a revelação que o tarifaço (aumento exorbitante das contas públicas, como energia elétrica e combustíveis) foi lançado após as eleições, como uma estratégia do governo para continuar no poder, mesmo maquiando a precariedade que se encontrava a economia na ocasião. Ou seja, além do desacerto econômico, o que já é muito sério, se junta à falta de credibilidade no governo.
 Na pesquisa IBOPE de 01/07/2015, a presidente Dilma Rousseff obteve a reprovação do seu governo em 68% dos entrevistados. Maior índice de rejeição desde a redemocratização do país. Mas, afinal, o que fazer para o país sair dessa crise financeira? Baseado na experiência de outras épocas e de outros países, a primeira providência seria o “apertar o cinto” contra as despesas públicas e procurar zerar o déficit do governo. Em segundo lugar, deverá criar um cenário de confiança, otimismo e atrativos para os investidores nacionais e internacionais. Não se melhora uma situação financeira sem capital. E para que isso possa dar certo, será necessário escolher pessoas capacitadas e planos adequados para buscar o equilíbrio econômico do país. Porém, uma coisa é certa, no momento: “não se deve desesperar com os problemas e devemos sim buscar alternativas para superar a adversidade econômica”. Exemplos: a carne bovina de primeira está cara, troque-a pela de segunda ou de frango; a conta de energia está mais cara, diminua o uso de aparelhos elétricos e desligue sempre lâmpadas desnecessárias; o plano de telefone ficou mais caro, migre para um mais barato; e assim por diante.
“Economia, frequentemente, não tem relação com o total de dinheiro gasto, mas com a sabedoria empregada ao gastá-lo” (Henry Ford).


Paulo Roberto de Sousa Moraes - escritor

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